terça-feira, 27 de setembro de 2011

Concurso público e administração - o que mudou?

                                     
Os concursos têm sido cada vez mais difíceis, é fato. Tanto a quantidade/variedade das disciplinas, quanto a abrangência e a profundidade dos conteúdos têm sido maiores.

Fazendo uma análise “histórica” dos concursos públicos, temos momentos bastante distintos. Antes de 1988, o acesso à administração pública se dava por meio de indicação. Ou era alguém influente ou amigo do amigo. Daí a expressão que se usava à época de “cabide de empregos”. Claro, quem entrava não era necessariamente competente e também não tinha o compromisso de realizar um bom trabalho.  Queria tão somente usufruir o salário. Assim, não se tinha também muito orgulho em ser funcionário público. As pessoas sérias tinham até alguma vergonha.

Mesmo antes de 88, alguns órgãos realizavam concursos para contratação de seus funcionários. Não era difícil ser aprovado, porque não existia ainda a cultura do concurso. Havia um temor de que o processo não fosse sério, que servisse apenas para dar uma aparência de lisura a indicações previamente feitas. Poucas pessoas se candidatavam e o nível de exigência não era tão elevado. Eu mesma, aos 18 anos, prestei alguns concursos. Não estudei muito, apenas li algumas apostilas. Era muito nova e não tinha certeza de que queria mesmo aquilo, nem de que não seria um “jogo de cartas marcadas”. Fui aprovada em todos, alguns em melhor colocação, outros mais para o fim da fila. Está certo que tinha acabado de fazer vestibular, era jovem e estava com o cérebro bastante afiado.

Após a exigência constitucional (1988) de ingresso na carreira pública por meio de concurso, os funcionários antigos foram naturalmente sendo substituídos por concursados. Mas os concursos ainda eram relativamente simples. Tinham como objetivo exigir o grau de escolaridade necessário e separar os mais bem capacitados entre os candidatos. Cabia à Administração, posteriormente, a qualificação dos servidores, no dia a dia de trabalho. As funções não eram tão complexas e, portanto, bastava que o aprovado tivesse condições de aprender. Nessa época, conviviam funcionários que simplesmente “penduravam o paletó” e outros que chegavam com uma postura nova, mais comprometida. Uns contaminavam os outros e nem sempre, infelizmente, os melhores valores prevaleciam.

Com o passar dos anos, a Administração Pública foi-se sofisticando. O uso de novas tecnologias, a modernização dos procedimentos, a exigência da ética na realização das tarefas pelo agente público criaram a necessidade de concursos mais específicos. Por outro lado, o instituto concurso público foi ganhando credibilidade. As pessoas estudavam e conquistavam a vaga. Os salários cada vez mais atraentes, um mercado privado desencorajador e a perspectiva de segurança foram atraindo cada vez mais pessoas. Quase todo mundo hoje conhece alguém que se preparou e tornou-se um servidor público. Os concursos passaram a mover uma parcela significativa da economia, entre bancas examinadoras, cursos preparatórios e editoras especializadas, para falar o mínimo. Ganharam notoriedade na mídia e estão na “ordem do dia” todos os dias, ao lado das notícias de momento. A quantidade de candidatos a cada vaga é cada vez maior.

Em consequência, aconteceu um fato curioso: o Estado (lato sensu) descobriu que pode, além de escolher os mais capacitados, exigir que estejam plenamente qualificados para o exercício de sua função pública. Assim, os editais passaram a exigir conhecimentos profundos, específicos, relativos a cada cargo oferecido. Os interessados, obrigatoriamente, tiveram de profissionalizar seu estudo para dar conta do novo padrão de provas a ser enfrentado. Fazer concurso hoje é algo natural como cursar uma faculdade ou fazer uma pós-graduação. Faz parte do elenco de opções de ingresso no mundo produtivo. Projeto sério e de médio prazo, alternativa para adultos de qualquer idade.

Atualmente, ser servidor público é sinônimo de status no melhor sentido da palavra: é alguém que se empenhou e conquistou por mérito um trabalho de qualidade. Por tudo isso e cada dia mais, a administração pública vem-se transformando com a chegada periódica de gente bem preparada, com  conhecimentos atualizados mas também, e principalmente, pelo ingresso de pessoas comprometidas, que percorreram uma árdua trajetória para conquistarem a sua vaga. Hoje, é com orgulho que preencho o campo “profissão”: servidora pública.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Serviço público é para gênios...

Em 1900, aos 21 anos de idade, Einstein recebeu seu diploma universitário. Ansioso por iniciar sua carreira como físico, no entanto, foi difícil encontrar trabalho. Após dois anos procurando, Einstein aceitou um posto relativamente modesto no escritório de patentes de Berna, na Suíça. Contente com a renda do trabalho estável analisando pedidos de patentes - e ainda com tempo disponível para pensar sobre física após o expediente - Einstein se acostumou a uma rotina confortável. Caminhava todos os dias até o trabalho pelas ruas de Berna, cidade famosa pela arquitetura medieval e suas belas torres de relógio.

Isso parece familiar para você? Pois é. O texto acima estava em um cartaz, numa exposição sobre Einstein, no Museu Histórico Nacional – RJ. Levei um susto, porque parecia fala minha, retirada de alguma palestra. Então, assim como nós, ninguém menos do que Einstein também optou pela segurança de um emprego público, lá pelos idos de 1900. E isso foi o suporte necessário para que pudesse seguir com suas pesquisas, que não só revolucionaram o conhecimento da época, como norteiam até hoje os passos de nossos cientistas.
Acredito que depois disso não há razão para qualquer crise existencial quanto a fazer ou não concurso. Afinal, estamos falando da possibilidade de ingressar na administração pública na sua área de formação, unindo, mesmo, o útil ao agradável. Veja, ninguém melhor do que um cientista nato como Einstein para analisar pedidos de patentes. Ganhou o escritório de patentes. Ganhou ele com a serenidade conquistada. Ganhou toda a humanidade com os resultados do trabalho de toda uma vida do físico.

Aproveito o fato para comentar esse importante viés da carreira pública -preparar-se para concursos relativos à sua profissão. Talvez a quantidade de oportunidades seja menor, mas largamente compensada por outras peculiaridades.


A esse respeito, observo que os concursos para vagas que exigem formação específica são muito interessantes, inclusive porque são menos concorridos e os candidatos, menos experientes. O que quero dizer é que não são concurseiros que estudam durante anos, muitas vezes sofrendo reprovações e seguindo em frente, obtendo uma profundidade nos conteúdos e uma maturidade na resolução de provas difícil de superar -só mesmo com bastante tempo de estrada. Já os cargos específicos -sejam eles para engenheiros, contadores, psicólogos, biólogos, etc.- são para profissionais das respectivas áreas, que decidiram ingressar na carreira pública. As matérias cobradas são principalmente as disciplinas de formação, da faculdade. Os candidatos são recém-formados ou pessoas que, assim como Einstein, encontraram dificuldades em se colocar no mercado privado ou, até, conseguiram uma posição, mas o salário e a qualidade de vida não eram muito compensadores. Existem excelentes concursos, com boas remunerações, a segurança do serviço público e, neste caso, a vantagem adicional de poder trabalhar na área de interesse.

Mas é preciso ficar atento porque tais concursos muitas vezes não têm a mesma exposição na mídia que os "genéricos". Por isso, se você tem interesse no assunto, precisa se especializar em pesquisa na Internet, para começar a conhecer quais órgãos costumam oferecer vagas, periodicidade em que isso acontece e -o mais importante para a sua preparação –quais matérias e conteúdos costumam ser cobrados. Assim, poderá fazer uma preparação de qualidade -como a de um concurseiro- e a aprovação será certa.

Vale lembrar que você pode, e deve, iniciar os estudos mesmo enquanto estiver cursando a faculdade. Isso vai permitir uma aprovação mais rápida, tão logo obtenha o diploma. Além disso, pode até participar de concursos quando estiver perto de se formar, porque a comprovação da escolaridade só é necessária no momento da posse. Uma outra vantagem de iniciar os estudos para o concurso durante a faculdade é que uma coisa vai alavancar a outra, numa maravilhosa sinergia.

Então, bons estudos! Afinal, estamos muito bem acompanhados na nossa escolha...

Links complementares:


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Material da Folha Dirigida

Olá!

Confirmando o que informamos há algum tempo, o blog vai disponibilizar material exclusivo de apoio à sua preparação, fornecido pela Folha Dirigida. Teremos provas comentadas para testar o seu conhecimento e direcionar os estudos.

A novidade é que agora receberemos material novo toda 6a feira. Deixe seus comentários sobre o material, para que possamos sempre melhorar. 


Desta vez, o material é de Direito Administrativo, com foco na prova para o INSS. Clique na imagem abaixo para fazer o download:





Grande beijo e ótimos estudos!


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Concurseiro Solitário

Tem gente que a gente mal conhece e já sabe que é de qualidade, né? Foi o que aconteceu comigo quando conheci a galera do blog Concurseiro Solitário. Gostei do trabalho deles, sério, competente e realmente útil para os concurseiros. Nem sei bem como funciona, parece uma rede de gente bacana que se junta e vai postando no blog, twittando e inventado novidades, chats, twitcam, sei lá mais o que. E a Revista do Concurseiro Solitário (veja >>aqui), com matérias excelentes, sobre os temas mais relevantes pra quem está se preparando? Até eu estou lá! rsrs

Na Feira do Concurso do Rio, há poucos meses, tive a oportunidade de conhecer o Charles Dias e a Raquel (que, pasme, mora em Niterói, como eu!). Foi tudo tão rápido, mas o breve encontro selou a impressão que eu já tinha: gente do bem, que quero ter sempre por perto. 

Agora, o Charles me presenteou com a resenha mais linda que o meu livro já recebeu. Clique >>aqui para ler.


Quero agradecer aqui a toda a equipe, ao Fontenele Leal, à Raquel e a todos que dedicam seu tempo a fornecer conteúdo e apoio a quem está na maratona dos concursos. A você, Charles, um agradecimento especialíssimo. Sorte dos concurseiros terem vocês como suporte!