terça-feira, 20 de setembro de 2011

Serviço público é para gênios...

Em 1900, aos 21 anos de idade, Einstein recebeu seu diploma universitário. Ansioso por iniciar sua carreira como físico, no entanto, foi difícil encontrar trabalho. Após dois anos procurando, Einstein aceitou um posto relativamente modesto no escritório de patentes de Berna, na Suíça. Contente com a renda do trabalho estável analisando pedidos de patentes - e ainda com tempo disponível para pensar sobre física após o expediente - Einstein se acostumou a uma rotina confortável. Caminhava todos os dias até o trabalho pelas ruas de Berna, cidade famosa pela arquitetura medieval e suas belas torres de relógio.

Isso parece familiar para você? Pois é. O texto acima estava em um cartaz, numa exposição sobre Einstein, no Museu Histórico Nacional – RJ. Levei um susto, porque parecia fala minha, retirada de alguma palestra. Então, assim como nós, ninguém menos do que Einstein também optou pela segurança de um emprego público, lá pelos idos de 1900. E isso foi o suporte necessário para que pudesse seguir com suas pesquisas, que não só revolucionaram o conhecimento da época, como norteiam até hoje os passos de nossos cientistas.
Acredito que depois disso não há razão para qualquer crise existencial quanto a fazer ou não concurso. Afinal, estamos falando da possibilidade de ingressar na administração pública na sua área de formação, unindo, mesmo, o útil ao agradável. Veja, ninguém melhor do que um cientista nato como Einstein para analisar pedidos de patentes. Ganhou o escritório de patentes. Ganhou ele com a serenidade conquistada. Ganhou toda a humanidade com os resultados do trabalho de toda uma vida do físico.

Aproveito o fato para comentar esse importante viés da carreira pública -preparar-se para concursos relativos à sua profissão. Talvez a quantidade de oportunidades seja menor, mas largamente compensada por outras peculiaridades.


A esse respeito, observo que os concursos para vagas que exigem formação específica são muito interessantes, inclusive porque são menos concorridos e os candidatos, menos experientes. O que quero dizer é que não são concurseiros que estudam durante anos, muitas vezes sofrendo reprovações e seguindo em frente, obtendo uma profundidade nos conteúdos e uma maturidade na resolução de provas difícil de superar -só mesmo com bastante tempo de estrada. Já os cargos específicos -sejam eles para engenheiros, contadores, psicólogos, biólogos, etc.- são para profissionais das respectivas áreas, que decidiram ingressar na carreira pública. As matérias cobradas são principalmente as disciplinas de formação, da faculdade. Os candidatos são recém-formados ou pessoas que, assim como Einstein, encontraram dificuldades em se colocar no mercado privado ou, até, conseguiram uma posição, mas o salário e a qualidade de vida não eram muito compensadores. Existem excelentes concursos, com boas remunerações, a segurança do serviço público e, neste caso, a vantagem adicional de poder trabalhar na área de interesse.

Mas é preciso ficar atento porque tais concursos muitas vezes não têm a mesma exposição na mídia que os "genéricos". Por isso, se você tem interesse no assunto, precisa se especializar em pesquisa na Internet, para começar a conhecer quais órgãos costumam oferecer vagas, periodicidade em que isso acontece e -o mais importante para a sua preparação –quais matérias e conteúdos costumam ser cobrados. Assim, poderá fazer uma preparação de qualidade -como a de um concurseiro- e a aprovação será certa.

Vale lembrar que você pode, e deve, iniciar os estudos mesmo enquanto estiver cursando a faculdade. Isso vai permitir uma aprovação mais rápida, tão logo obtenha o diploma. Além disso, pode até participar de concursos quando estiver perto de se formar, porque a comprovação da escolaridade só é necessária no momento da posse. Uma outra vantagem de iniciar os estudos para o concurso durante a faculdade é que uma coisa vai alavancar a outra, numa maravilhosa sinergia.

Então, bons estudos! Afinal, estamos muito bem acompanhados na nossa escolha...

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6 comentários:

  1. LIA... LI UMA MATERIA SUA SOBRE O CRESCIMENTO DE OPORTUNIDADES PUBLICAS PARA AREA DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ME INTERESSEI MUITO POIS ESTOU CURSANDO O 1º PERIODO DE ENG. AMBIENTAL. POR FAVOR POSTE NO SEU BLOG E NA SUA COLUNA G1 MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A AREA. PORQUE GERALMENTE SÓ ENCONTRO CONCURSO PARA ENG. CIVIL. MEU NOME É LECTICIA E ESTOU CORRENDO COMPRAR SEU LIVRO SOBRE CONCURSOS PUBLICOS. PORQUE REALMENTE ESTOU PRECISANDO GARANTIR UM EMPREGO ENQUANTO ESTOU CURSANDO A MINHA FACULDADE. UM EMPREGO QUE ME DE MAIS SEGURANÇA.

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  2. Olá Lia, como vai? Agradeço pelo e-mail respondido.
    Bom, você me perguntou se eu poderia ser mais clara com relação a minha dúvida sobre a carreira de Auditor da Receita, enviada no e-mail anterior.
    Na verdade eu gostaria de saber, se na prática, o cargo de Auditor é perigoso? Pois, outro dia ouvi uma reportagem comentando sobre a morte da Juíza Patrícia Acciole, a qual reivindicava mais segurança para si.
    No mesmo noticiário, foi comentado que o STJ poderá adotar medidas de segurança para Juízes, Promotores e Auditores.
    Gostaria de saber, até que ponto há esse risco de vida para os Auditores ou para quem faz carreiras fiscais?
    Faço um curso de carreiras fiscais há um ano e estou gostando muito de estudar. Mas o que realmente me impulsiona a esse estudo, é a excelente remuneração que o cargo das áreas fiscais oferecem (no caso o de Auditor).
    Ao passar em um concurso, o Auditor poderá, por exemplo, escolher atuar em uma repartição e não ser tão visado?

    Desde já agradeço!

    Concurseira.

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  3. Olá, Concurseira! Agora sim. Achei que era essa a sua dúvida, mas não tinha certeza...

    A questão da segurança é um pouco relativa. Assim como quem não mora no Rio acha que é só sair de casa que vai receber uma bala perdida ou ser assaltado, quem não é fiscal acha que sempre será ameaçado... A realidade é um pouco diferente e é possível transitar pelo Rio de Janeiro sem grandes problemas, desde que com alguns cuidados. Da mesma forma, os fiscais podem, sim, trabalhar corretamente sem se deparar com ameaças. Mas, se você quiser trabalhar interna, também é possível quase sempre, porque é uma questão de perfil. Mas, como o objetivo principal do trabalho é fiscalizar, seria bom você saber que, dependendo do órgão, pode vir a ter de atuar na rua, ao menos por algum tempo, e isso não deve ser um bicho de sete cabeças.

    Continue estudando e não se preocupe com isso.

    abs.
    Lia

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  4. Olá, Lecticia!

    Acho que a minha coluna no G1 sobre a área ambiental pode ajudar: http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2011/09/area-ambiental-promete-abrir-concursos-veja-como-se-preparar.html .

    Mas, se você estiver precisando ser aprovada ainda durante a faculdade, há muitos concursos de nível médio, que você pode fazer como opção intermediária, enquanto não se forma. Sugiro que você leia também a postagem http://liasalgado.blogspot.com/2011/06/o-caminho-das-pedras.html , que tem as principais orientações para quem está começando.

    Abs,
    Lia

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  5. Oi Lia, Tudo bem?
    Obrigada por ter respondido meu e-mail a respeito da minha dúvida quanto ao papel do Auditor Fiscal.
    Foi de grande ajuda, pois apesar de estar gostando muito de estudar para esse concurso, sempre pinta essa dúvida. Mas, agora fico um pouco mais tranquila.

    Obrigada mesmo!

    Concurseira.

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