Quem me conhece sabe que procuro expor
minhas posições com clareza, e, sempre que possível, de forma educada e
elegante. Mas há momentos em que a
indignação transborda e engole a serenidade que busco manter a tanto custo.
Será que essas pessoas gostariam
de viver sem os Correios, o Banco do Brasil, a Petrobras? Como acham que
funcionam os tribunais? Ou o Ministério Público, que tanto tem contribuído com
a democracia? Acham bobagens as investigações da Polícia Federal, policiais
rodoviários nas estradas? Será que o meio ambiente realmente não precisa da
atuação do IBAMA nem do Instituto Chico Mendes? Também não são necessários os
auditores do INSS? Nem fiscais do trabalho? Também a arrecadação de tributos
não carece de fiscalização – paga quem quer, mesmo isso significando uma
injustiça tanto para aquele que paga corretamente quanto para os cidadãos que
precisam dos serviços públicos? Não precisamos de saúde nem educação pública? Será
que essas pessoas têm noção da diversidade de atividades que envolve a administração
pública ou ainda permanecem com a ideia mais do que ultrapassada de que
servidor público é sinônimo de trabalho burocrático? E seria melhor que cada prefeito,
governador ou presidente eleito escolhesse os funcionários entre seus mais
leais amigos e indicados? Além disso, de que forma pensam que ficariam os
serviços prestados sem a continuidade garantida pelos servidores estáveis, que
zelam pelo cumprimento da legislação? Será que retornarmos ao tempo do “quem
indica” seria mais democrático? É tão difícil assim perceber que não são os
servidores concursados que incham a administração
pública (porque são esses os que "carregam o piano"), mas os de livre nomeação, que podem ser preenchidos por indicação?
Quem será mais sujeito à fraude e à corrupção, um servidor que conquistou o
cargo por mérito ou aquele que ali está por um breve período de tempo e que sairá
com a mudança de governo? Quem pode colocar algum freio nos casos de políticos inexperientes ou inescrupulosos, que desejam fazer sua história em 4 ou 8 anos, muitas vezes sem conhecimento da estrutura ou pautados
por interesses espúrios que não servem ao cidadão?
E qual é o demérito em se buscar
um bom salário, se o candidato está assumindo o ônus de se qualificar para isso?
Essas pessoas já pararam para pensar quanto custaria à administração preparar
servidores com a quantidade, diversidade e profundidade de conhecimentos
necessários ao exercício da função? Já tiveram a curiosidade de buscar saber
quantas disciplinas são cobradas nesses concursos? Já pensaram o quanto
utilizam – sem perceber - os serviços desses servidores a quem tanto criticam?
Há problemas? E onde não há?
Certamente encontram-se mais servidores acomodados onde menos concursos
recentes se fizeram. Há remanescentes do tempo em que não havia obrigatoriedade
de que o cargo público fosse ocupado por meio de concurso e também dos
primeiros concursos, ainda muito falhos e de fácil aprovação.
Não é o que acontece hoje, quando
somente pessoas muito bem preparadas conquistam as vagas. É preciso muita
determinação e persistência para vencer todas as dificuldades do caminho e ter condições de tornar-se um servidor público. Com muita honra!
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